Mulher com Pote by Miguel

O tema "Mulher com Pote" é uma representação icónica e profundamente simbólica na arte "Batik" em Moçambique. Esta imagem captura não apenas a beleza e a graça das mulheres moçambicanas, mas também reflecte aspectos importantes da vida quotidiana, das tradições culturais e do papel central das mulheres na sociedade.

A imagem de uma mulher carregando um pote com água é uma visão comum em muitas regiões de Moçambique. Este acto quotidiano simboliza o trabalho árduo e a resiliência das mulheres, que desempenham papéis cruciais em prol das suas famílias e comunidades. O pote, equilibrado carregado na cabeça com habilidade, representa tanto os trabalhos físicos quanto as responsabilidades sociais que impendem sobre as mulheres.

O pote também traduz uma conexão directa com a Natureza, especialmente com a água, que é fonte de vida. A representação de uma mulher face a um pote de água pode simbolizar a ligação íntima entre as pessoas e os recursos naturais, bem como a importância da água na cultura e na sobrevivência das comunidades moçambicanas.

Este tema também destaca a continuidade das tradições culturais. O acto de carregar um pote é muitas vezes aprendido e passado de geração em geração, simbolizando a transmissão de conhecimentos e competências ancestrais. Através dessa imagem, os pintores de batik celebram a preservação das tradições e o papel das mulheres como guardiãs da cultura.

Na representação da "Mulher com Pote", os artistas de batik utilizam uma paleta de cores rica e variada para dar vida à cena. A utilização de cores vibrantes nesse batik é comum, criando um contraste marcante que destaca a figura central na vida das sociedades humanas - a mulher. Os padrões detalhados, criados pela aplicação de cera e tintas em camadas, adicionam profundidade e textura à obra, tornando-a visualmente atraente e emotiva.

Os detalhes são cruciais na arte "Batik", e, na representação da "Mulher com Pote", ajudam a transmitir a dignidade e a força da mulher retratada. A postura erecta da mulher, a sua determinação no momento antes de pegar no pote e o pôr à cabeça, bem como a serenidade e determinação que irradiam da sua expressão facial são elementos que os artistas capturam com precisão e que não se limitam a embelezar a obra, mas também comunicam a importância e o valor das mulheres na sociedade moçambicana.

A imagem da "Mulher com Pote" também pode ser vista como um símbolo de empoderamento feminino. Ao destacar a força, a habilidade e a graça das mulheres, esta representação desafia estereótipos e promove uma visão de igualdade e respeito. As mulheres são mostradas não apenas como cuidadoras, mas como figuras centrais na vida económica e cultural de suas comunidades.

As obras em batik que apresentam este tema têm um papel educativo, sensibilizando as pessoas para as realidades da vida quotidiana da mulher moçambicana. Ao expor o trabalho e os desafios enfrentados pelas mulheres, essas obras fomentam uma maior compreensão e valorização dos seus contribuitos para a vida em sociedade. Através da arte "Batik", temas como "Mulher com Pote" ajudam a valorizar e preservar a cultura local, na medida em que documentam e celebram aspectos da vida moçambicana que podem ser facilmente esquecidos no confronto com a modernidade. Ao capturar essas cenas, os artistas garantem que as tradições e as histórias das comunidades não sejam apagadas pela erosão do tempo.

A representação da "Mulher com Pote" também serve como inspiração para as novas gerações de artistas, mostrando o modo como a arte pode ser usada para contar histórias poderosas e significativas, conectando o passado ao presente e celebrando a continuidade cultural de um povo.

O tema "Mulher com Pote", em batik, é uma representação rica e multifacetada da vida quotidiana, das tradições culturais e do papel central das mulheres em Moçambique. Através de técnicas meticulosas e de uma sensibilidade artística única, os artistas capturam a beleza, a força e a resiliência das mulheres moçambicanas, celebrando a sua importância na sociedade. Esta imagem, carregada de significado e simbolismo, não se limita a embelezar a tela, mas, acima de tudo, promove uma maior compreensão e valorização da cultura e do contributo das mulheres, em Moçambique, para a família e sociedade.

A tabela abaixo informa os diversos Tamanhos, Formatos e Medidas com que, tradicionalmente, os artistas executam os batiques, sendo que as medidas apresentadas são aproximadas e meramente indicativas, dado tratar-se de obras com carácter artesanal.

SUGESTÃO PARA EMOLDURAR O SEU BATIK

Aspecto de batik colocado em parede branca

Notas de montagem:

O batik deve ser montado entre vidros, devendo o vidro de trás ser vidro normal, e o vidro da frente, vidro anti reflexo.

Na imagem acima, o espaço branco em torno do batik representa a zona translúcida (permitindo ver a parede) entre o limite exterior do batik e o limite interior da moldura, devendo a largura dessa zona translúcida ser adequada ao tamanho do batique, conforme se sugere na tabela abaixo.

A moldura pode ser em madeira pintada, alumínio lacado ou outro material, de acordo com o gosto do Cliente, tal como a sua cor e a forma do seu perfil, sugerindo-se, para um melhor resultado, a opção por uma moldura com perfil rectangular numa das cores presentes no batik.

Para optimizar o aspecto final do conjunto, poderá optar-se pela montagem do batik de acordo com o estilo tradicional, em que o perfil da moldura, em madeira não texturada pintada na cor “preto mate”, se apresenta com secção rectangular.

Antes da montagem entre vidros, o batik deve ser passado a ferro sem vapor e com temperatura média-baixa. Para o efeito, há que considerar que, devido ao processo de elaboração, o batik se encontra impregnado com cera de velas, o que protege a cor, pelo que, para o passar a ferro, o mesmo deve ser colocado entre duas folhas de papel vegetal ou papel caqui (ou kraft), não devendo o ferro contactar directamente a tela. O batik, que em caso algum deve ser dobrado para não ficar com marcas de vincos, deve ser enrolado entre duas folhas de papel depois de passado a ferro, e emoldurado o mais brevemente possível.

É importante ter em conta que o batik tem as faces do direito e do avesso, pelo que se deve reparar na assinatura do autor (normalmente junto a um dos cantos inferiores), a qual identifica a face do direito do batik, que, no processo de montagem, deve ser colocada virada para a frente, ou seja, para o observador.

Em qualquer caso, o perfil da moldura deve ser adequadamente dimensionado de modo a suportar o peso do conjunto, sugerindo-se, na tabela abaixo, e a título indicativo, medidas do perfil de acordo com os diversos formatos e dimensões de batik.

Notas importantes:

1- Cada batik é uma obra de arte única e irrepetível, pintada com tinta hidro-dispersível pelo que não pode, em caso algum, ser lavado (à mão ou na máquina), molhado, ou limpo a seco, sob pena de danos irreversíveis e irreparáveis. Para manter o óptimo aspecto do seu batik, deve evitar-se a sua exposição à luz directa do sol.

2- Todos os batiks são vendidos pelo preço indicado, sem moldura.

3- Caso pretenda o seu batik emoldurado, contacte o nosso serviço de Apoio ao Cliente, podendo fazê-lo através do número 922 215 699 (chamada para a rede móvel nacional, ou por email para info@mozart.pt (este serviço é executado sob consulta e pré pagamento, estando disponível apenas em Portugal).

O Artista

Miguel Cumaio, um dos maiores artistas moçambicanos, é um pintor de batiks muito criativo e eclético, cuja obra é influenciada por uma variedade de razões culturais, pessoais e sociais. Miguel vivencia um forte compromisso com a preservação das tradições culturais e artísticas de Moçambique, e, através da sua arte, ele expressa e afirma a identidade cultural do seu povo, celebrando as ricas tradições, os mitos, lendas e valores da nação moçambicana.

O traço do Mestre Miguel, essencialmente Afro Naturalista com um certo pendor Naïf, permite-lhe explorar a criatividade de maneiras únicas, experimentando cores vibrantes, padrões complexos e técnicas inovadoras. A sua obra é um testemunho da notável capacidade para traduzir emoções, sentimentos e vivências através de formas visualmente impactantes, em que o batik deixa de ser apenas um meio de expressão pessoal, assumindo-se também como uma forma de comunicação com o seu público, transmitindo mensagens profundas e evocativas, como o fazem as célebres “Máscaras” e "Árvore da Vida", temas profusa e magistralmente tratados por esse artista.

Com a sua paixão pela arte, Miguel não só sustenta a sua família, mas, através do seu espírito empreendedor e colaborativo, também contribui para a economia local, partilhando oportunidades com outros artistas, o que evidencia o empreendedorismo como um relevante aspecto da sua personalidade.

O acervo artístico de Miguel evoca a cultura e arte de Moçambique, abordando com intensidade aspectos sociais e humanos, pelo que os seus trabalhos não são apenas peças estéticas, sendo essencialmente instrumentos de afirmação da consciência social do povo de Moçambique.

O processo de criação artística envolve muitas vezes colaboração, partilha de ideias e experiências, algo que Miguel valoriza profundamente pois trabalha com outros artistas e membros da comunidade, fortalecendo laços de amizade e promovendo um sentido de cooperação.

Para Miguel, o envolvimento com a arte é essencial para o seu bem-estar pessoal, projectando-se na profundidade emocional das suas obras, que nascem da motivação para criar constructos gráficos únicos, de beleza e impacto visual que enriquecem ambientes e a vida dos muitos que as apreciam. As suas peças são aclamadas pela sua estética impressionante e pela maestria com que, de forma poderosa, transmitem emoções a que ninguém fica indiferente.

Em resumo, a obra de Miguel Cumaio é multifacetada, plasmada que é na tela a expressão da sensibilidade pessoal, cultural e social desse grande Mestre, traduzindo o corolário do seu compromisso com a arte, a cultura e a comunidade moçambicanas.