Família em Sândalo
SKU: DC-AR-FAML-SD-MD4P
As estatuetas "Família", esculpidas por Rajabo, são uma expressão do talento artístico moçambicano, e representam um núcleo familiar constituído por três ou quatro figuras femininas. Cada figura é esculpida com uma notável atenção ao detalhe e apresenta-se com um lenço de capulana na cabeça, elemento característico e simbólico da identidade cultural moçambicana.
Estas peças são criadas a partir de pequenos blocos de madeiras exóticas, provenientes de sobras das serrações, como, por exemplo, o Pau Preto (Dalbergia melanoxylon) e o Sândalo (Spirostachys africana), demonstrando, a utilização destes materiais, um compromisso com a sustentabilidade ambiental por via da transformação de resíduos em objectos de arte carregados de significado.
As estatuetas celebram os laços familiares e a força feminina, simbolizando a união, a maternidade e o papel central da mulher nas comunidades moçambicanas. Os lenços de capulana, cuidadosamente amarrados na cabeça, representam não apenas um elemento estético, mas também um símbolo de tradição, resistência e identidade cultural.
Com um acabamento que valoriza a textura e os tons naturais da madeira, estas estatuetas são peças decorativas de grande impacto e ideais para valorizar interiores, conferindo-lhes um toque de autenticidade africana, que combina a beleza rústica das madeiras exóticas com a sofisticação do design artístico.
As estatuetas "Família" não são apenas objectos decorativos, sendo, outrossim, verdadeiras narrativas de vida esculpidas que reflectem a essência de Moçambique e a criatividade dos seus artesãos.
Esta obra, executada em espécie vegetal não incluída em qualquer dos Apêndices da Convenção CITES, foi importada, e é comercializada pela Wizeni - Business Management, Lda nos termos da Declaração de Isenção n.º 24PTLX01314D, emitida em 24-10-2024 pela Divisão de Aplicação de Normativos do ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, I.P., que, em Portugal, exerce as funções de Autoridade Administrativa CITES, no âmbito dos compromissos assumidos pela República Portuguesa enquanto signatária da Convenção CITES.
Para efeitos do cumprimento do estatuído na Convenção CITES, a Wizeni - Business Management, Lda, NIPC 517698501, encontra-se devidamente regista na Autoridade Admnistrativa CITES, em portugal, ao abrigo do disposto na Portaria 85/2018, de 27 de Março, tendo-lhe sido atribuído o número de registo 24PT0346M.
As matérias vegetais com que são produzidos alguns artigos, designqadamente as peças de madeira exótica, como Pau Preto (Dalbergia melanoxylon) e Sândalo (Spirostachys africana), e as peças em palha de Palmeira de Leque (Hyphaene coriacea) exigem cuidados especiais para preservar a sua beleza natural e durabilidade ao longo do tempo. Estas madeiras são densas e valiosas, sendo frequentemente utilizadas na criação de esculturas, estatuetas e outros objetos decorativos, que, com o devido cuidado, podem manter a sua beleza e qualidade por gerações.
Cuidados Gerais
Nunca lave ou molhe as peças de madeira ou palha. A exposição à água ou a ambientes húmidos pode causar deformações, manchas ou até rachadelas na madeira, e o apodrecimento da palha. É crucial manter as obras em locais secos e afastados de fontes de humidade, como cozinhas ou casas de banho.
Protejas as peças da exposição à Luz Solar Directa. A luz solar direta pode desbotar a madeira e comprometer o seu acabamento. Sempre que possível, exponha as peças em locais com luz indireta.
Nota: A madeira de Mafurreira (Trichylia emetica), bem como palha de Palmeira de Leque (Hyphaene coriacea) são muitíssimo mais frágeis do que as demais matérias vegetais, sendo muito importante notar que a água ou a humidade excessiva podem destruir irremediavelmente as peças executadas nestas matérias.
Manutenção Regular das madeiras
Anualmente, aplique uma camada fina de pomada de engraxar sapatos para proteger e reavivar a cor da madeira.
- Pau Preto: Use graxa na cor preta.
- Sândalo: Use graxa na cor castanha.
- Mafurreira: Use graxa transparente.
Após a aplicação da graxa, deixe-a secar completamente.
Depois, escove suavemente com uma escova de sapatos de cerdas macias, para remover o excesso de graxa e dar algum lustro.
Finalize passando vigorosamente um pano de flanela em toda a superfície da peça, para para dar lustro e obter um brilho elegante.
Nota importante: No caso de objectos em Mafurreira, deve sempre usar uma flanela e uma escova novas ou que nunca tenham sido utilizadas com graxas de cor escura.
Manutenção Regular da palha
Anualmente, e sempre no Verão, é conveniente aspirar os cestos de palha, procedendo-se à sua limpesa passando uma esponja levemente humedecida (bem espremida) por toda a superfície. Deixar secar à sombra durante 24 horas, aplicando depois, com um pano suave e em toda a superfície, óleo incolor de restauraçáo de móveis. O pano deve estar apenas levemente impregnado com o referido produto, deixando-se secar por mais 24 horas antes da reutilização.
Benefícios da Manutenção
Estes cuidados, se feitos com regularidade, ajudam a preservar a cor natural e o acabamento da madeira e da palha, mantendo as peças protegidas contra o desgaste causado pelo tempo e as condições ambientais. Além disso, realçam as características únicas das madeiras exóticas, como a textura e o grão.
Seguir estes passos simples, mas essenciais, garantirá que as peças de madeira exótica e a palha permaneçam não apenas como elementos decorativos, mas também como um património duradouro de valor artístico e cultural.
O Artista
Alfredo Começar Rajabo, que usa o nome artístico "Rajabo", é um mestre escultor moçambicano amplamente reconhecido pelo seu estilo único e pela preocupação ambiental que permeia o seu trabalho. Natural de uma pequena aldeia da província de Inhambane, Rajabo cresceu num ambiente em que a madeira era não apenas uma matéria-prima essencial, mas também um símbolo de conexão espiritual e cultural com a terra. Desde cedo, mostrou uma aptidão natural para a arte, transformando pedaços de madeira descartada em obras que despertavam admiração entre os membros da sua comunidade.
O trabalho de Rajabo destaca-se pela utilização de Pau Preto (Dalbergia melanoxylon), uma madeira exótica e valorizada pela sua durabilidade e beleza. No entanto, o que realmente distingue a sua técnica é a forma como utiliza a transição natural entre o borne (a camada externa, de tom amarelado) e o cerne (o núcleo escuro). Essa abordagem confere às suas obras um contraste natural, realçando as formas esculpidas e dando uma dimensão visual rica às suas peças. Uma das suas obras mais emblemáticas, a escultura "Nossa Senhora c/ Menino", exemplifica essa técnica com perfeição, onde o cerne escuro dá vida à figura central, que se destaca do borne claro como um fundo luminoso.
Rajabo esdtá profundamente comprometido com a sustentabilidade ambiental, utilizando exclusivamente materiais provenientes de sobras de serrações que operam legalmente em Moçambique, e, também, madeira de árvores que tombaram naturalmente devido à idade ou a fenómenos climáticos, como ciclones. Essa prática não só minimiza o impacto ambiental, mas também reflecte o respeito do artista pela Natureza, filosofia que incorpora em cada obra. para além disso, Rajabo tem incentivado outros artesãos locais a adoptarem métodos sustentáveis, ajudando a promover uma conscialização ecológica na comunidade artística de Moçambique.
Entre as suas criações mais notáveis estão peças com um cariz religioso e cultural, que capturam a espiritualidade e o quotidiano do povo moçambicano. Esculturas como "Nossa Senhora c/ Menino" e "Sagrada Famíla", entre outras, são celebradas não apenas pela sua maestria técnica, mas também pelo simbolismo profundo que emanam. Rajabo é amplamente respeitado tanto dentro como fora de Moçambique, com algumas das suas obras integtrando colecções particulares de relevo.
A obra de Alfredo Começar Rajabo constitui uma ponte entre a tradição e a modernidade, estando ancorada na rica herança cultural moçambicana e no desiderato de preservar os recursos naturais para as gerações futuras. Rajabo é muito mais do que um escultor: é um contador de histórias que utiliza a madeira como meio para expressar a ligação intrínseca entre a humanidade e o ambiente, deixando um legado de beleza e consciência ecológica, que tanto inspira os artistas, como admiradores da sua obra.